“Já foi lugar de Amor o
Tejo”.
Eugénio de Andrade.
Se fosse o meu convidado, a escrever
esta frase, ela seria algo como: “já foi
lugar de Amor o Cais do Sodré”.
E aqui, o excesso do artigo definido
masculino “o” faz todo o sentido.
Mal sabia eu que de facto ia
encontrar no Martim, muito mais que um músico, mas sim uma amálgama de mundos.
E isto nos dias que correm, é raro.
Escolhi uma frase de Eugénio de
Andrade para dar início a este texto porque o meu convidado encontrou num lugar
de Lisboa um espaço para curar amores e encontrar outros mais.
Amores pela música, pela criação, por
Lisboa, e é nas ruas do Cais do Sodré que Martim Torres, se revela um músico
pop com formação em Jazz, e uma vontade imensa de fazer da sua música “uma pop
de rua com cheiro a rock e a mojito.”
Encontrei-me com o Martim no Príncipe
Real numa Lisboa de Sol.
Sol esse, que nos aqueceu, para uma
calorosa conversa num banco de jardim do Príncipe Real.
Não conhecia o Martim até este dia,
conhecia o trabalho do projecto O Martim, projecto esse que pessoalmente, adoro.
E a conversa fluiu.
O Amor como trave mestra, e tudo o
resto a deambular, entre a composição e as suas músicas.
De volta a Lisboa, inicia um périplo
de projectos, foi baixista de B Fachada,
fez parte dos Homens da Luta, e ainda
está no ar no 5 Para A Meia Noite vai
para cinco anos.
Tudo isto cabe dentro do mundo do
Martim, pois tal como o próprio se define “há muita coisa cá dentro”,
traduzindo esta quantidade de coisas, de afectos e de criatividade, no Projecto
O Martim.
O álbum Em Banho Maria foi o inicio de toda esta jornada que caminha para a
gravação do segundo álbum. E Martim faz-se agora acompanhar dos músicos, António Quintino (Baixo), David Pires ( Bateria), Ana Cláudia (Xilofone/synths) e Ricardo Amaral (Guitarra).
Estes últimos meses marcaram uma
época feliz para o Martim. Cantou com Mallu Magalhães. Conheceu e privou com
Marcelo Camelo ( a banda favorita do Martim é Los Hermanos) e tem agora nas
mãos a criatividade que necessita para lançar até ao Verão o seu segundo álbum.
A nossa conversa foi como se dois
Lisboetas apaixonados por esta cidade e pela música já se conhecessem vai para
muito tempo.
Como se o tempo fosse uma oração e
tivéssemos que estar sempre devotos a ele, quando para o Martim se houver
alguma devoção na vida, que seja sempre: ser feliz.
Foi um prazer ter o Martim à
conversa. Foi um prazer encontrar um músico que canta sobre o Cais do Sodré e
que fala sobre as trivialidades do Amor na rua de Lisboa onde cabem várias
cidades da Europa e Países distantes.
Está tudo certo.
Para o Martim Torres.
Para O Martim.
Só se poderia fazer música onde
habitam vários mundos, e é por isso, que ele deambula pelo Cais do Sodré.
E é por isso que Lisboa tem um músico
como o Martim.
Que venha daí o novo álbum e o
concerto de 12 de Abril.
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